Dirigente arrozeiro participou da EXPO-ARROZ 2014, na cidade de Cármen Del Paraná
Atendendo a convite dos organizadores do evento, o presidente da FEDERARROZ, Henrique Osório Dornelles, fez explanação analisando a competitividade dos principais países produtores do Mercosul e a situação mercadológica do Brasil. Dornelles comentou ainda sobre as limitações da produção arrozeira brasileira. “ temos elevada carga tributária nos custos de produção e distorções de ICMS, como exemplo dos estados de Goiás, Maranhão, Minas Gerais e São Paulo, que privilegiam a entrada de produto importado sobretaxando o nacional”
Os comentários sobre a produção brasileira se estenderam sobre a qualidade do arroz brasileiro, especialmente o gaúcho, não somente sensoriais como também sanitárias. Também foi relatado que o Brasil possui a Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA, que monitora e restringe a utilização de defensivos, muitas vezes comprometendo a competitividade comparativa do arroz nacional.
Durante o evento, era flagrante a sintonia entre os governos federal e estadual e a classe produtora. Frases como: “não há necessidade de reforma agrária enquanto houver empresários promovendo o emprego”, “o homem é o centro do meio ambiente” e “não se divide a pobreza, mas a riqueza” arrancaram aplausos de uma plateia de produtores, estudantes e público geral.
A quantidade de defensivos genéricos disponíveis no mercado garantem aos produtores preços mais adequados devido a concorrência. Mas a grande diferença está na irrigação. A abundância de recursos hídricos, aliado a topografia, garantirão por muito tempo a competitividade do arroz paraguaio. Mesmo naquelas situações que necessitam de irrigação mecanizada, desfrutam de tarifas e disponibilidade de energia elétrica invejáveis.
Além das vantagens nos custos de produção, a escala das lavouras traz ao modelo paraguaio uma diferença extremamente grande. Enquanto o Rio Grande do Sul e Santa Catarina ainda serem caracterizados por uma agricultura familiar, pelo menos no aspecto econômico, com uma grande parcela de produtores explorando menos de 150 ha, há a sensação que a média do Paraguai chegue a cinco vezes mais.
Finalizando o seu discurso, o presidente da FEDERARROZ convocou aos principais países produtores do Mercosul a disputarem o mercado mundial de arroz de forma organizada e conjunta, observando que mesmo com a possível ampliação da produção na América do Sul, e consequentemente do comércio internacional extra bloco, este representará no máximo pouco mais de 3 % das transações mundiais do produto beneficiado.