Concessionárias apresentarão estudo para resolver os problemas
de qualidade na energia fornecida à irrigação no Rio Grande do Sul
Uma reunião nesta quinta-feira (5/6) na Comissão de Agricultura da Câmara Federal gerou a expectativa de evolução da qualidade dos serviços prestados aos produtores rurais pelas concessionárias de energia elétrica no Rio Grande do Sul. O foco principal são os sistemas de irrigação das lavouras de arroz e de armazenagem e secagem de grãos.
A audiência foi convocada pelo deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), e teve a presença da RGE, AES Sul, entidades setoriais gaúchas e de outras unidades federativas, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia. A CEEE não esteve presente. A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) foi representada pelo diretor financeiro, Gustavo Thompson Flores, vice-presidente do Conselho de Consumidores da AES Sul.
O encontro debateu o Programa Energia para Todos, que prevê ampliação de redes e serviços. No entanto, os representantes da Federarroz, Federação da Agricultura do RS (Farsul) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag) enfatizaram que não adiantaria realizar investimentos vultosos na ampliação de um serviço, quando a rede já existente não oferece a qualidade necessária para atender aos usuários.
As inúmeras queixas sobre falta de energia em momentos decisivos para a agricultura, especialmente a irrigação, e na secagem e armazenamento dos grãos, bem como as quedas e oscilação de tensão, demora no atendimento das demandas e para restabelecer o serviço, falaram mais alto. O coletivo de representantes de usuários e políticos, cobrou uma solução das concessionárias e dos poderes executivos estaduais e federal. Desta forma, foi acordado que até o final de junho as empresas apresentarão um estudo do que será necessário fazer para assegurar a prestação de serviços de fornecimento de energia qualificado aos clientes rurais. E qual o custo disso terá, bem como as fontes de receitas (governo federal, estadual e empresas de distribuição), inclusive no Programa Energia para Todos.
Thompson Flores explica que, uma vez aprovado o estudo e ajustada a origem dos recursos para os investimentos necessários, o Rio Grande do Sul dará origem a um projeto-piloto que será colocado em prática em 2015, visando a solução definitiva dos problemas de fornecimento de energia aos estabelecimentos rurais. Na safra 2013/14, as regiões da Campanha, Fronteira-Oeste e Zona Sul foram muito afetadas pela falta de qualidade destes serviços. A partir de 2016, a proposta será ampliada para outros estados brasileiros. Uma nova reunião acontecerá em julho para avaliar a proposta das concessionárias.