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Quais as conseqüências reais do El-Niño?

A população: Cada vivente com consciência nesse planeta sentir-se-á com uma parcela de culpa por estas conseqüências catastróficas acontecerem.

Aos governos:  Aos Líderes do mundo preocupados com suas posições políticas, ter a oportunidade para serem os salvadores da pátria.

Aos empresários e produtores: Aos homens e suas famílias do sistema de produção de alimentos ao redor do mundo, empenharem-se ainda mais, para não deixar faltar comida à humanidade e como recompensas levam de lambuja a maior culpa dessas catástrofes meteorológicas.

Com o ocorrido de 2006 a 2008 (pânico no abastecimento mundial do arroz), o sinal foi dado, o dever de casa não foi realizado, agora em 2015 e 2016 com os fatos turbinados ao redor do mundo, haverá a necessidade de maior compreensão. Quem sabe? O início de um novo ciclo para o mercado mundial do arroz, com os governos percebendo suas fraquezas e convocando a iniciativa privada para sanar o risco da falta. E assim a oportunidade de começar a funcionar o mercado futuro do arroz tão esperado pelos orizicultores e se isso não acontecer agora, não passará do próximo ciclo climatológico.

Deixando de lero-lero vamos aos fatos:

Segundo o relatório de setembro da Usda a safra americana que estava sendo colhida era menor em 7.6% do que a safra anterior. Além dos Estados Unidos, Birmânia, China, Egito, Indonésia e Filipinas terão colheitas menores.  No relatório deste mês de outubro as projeções dos estoques mundiais finais para 2015/16 são de 88,3 milhões de toneladas o mais baixo desde 2007/2008, e um rácio de stocks em 18,1% (índice da proporção global do uso do estoque) o menor desde 2006/07 quando se instalou a crise do arroz de 2008.

Na crise de 2008, instaurada a partir de 2006/07, na época o maior mercado consumidor a China era auto-suficiente, a Tailândia era de longe o maior exportador.

Muitos contestam o exposto, dizendo não entenderem essa tal crise, porque na Ásia os preços desde fevereiro de 2013 caíram em até 40% ($150 a $200 por ton). Realmente isso esta ocorrendo e os especialistas do mundo estão chamando de “Trapalhadas da Tailândia“ situação de incertezas políticas que custou o cargo do primeiro ministro e mudanças no governo.

Com essas “trapalhadas” a Tailândia deprimiu seus preços provocando uma reação em cadeia na concorrência (Índia, Vietnã e Paquistão). O novo governo (junta militar) continuou suas ofertas abaixo dos custos e está em conflito com o sistema de produção (Produtores).

A Tailândia nos últimos anos perdeu o status de maior exportador e estava em quarto lugar, este ano reconquistará seu status, mas para isso, está varrendo os porões de seus armazéns.

É necessário entender quais são as conseqüências (trapalhadas), não só internamente, mas regionais e mundiais. Por exemplo: As Filipinas como importadoras são beneficiadas dos preços baixistas, vejamos o outro lado da moeda pelos comentários da Senadora Filipana Graça Poe-Llamanzares – …“importações de arroz a preços competitivos inunda o mercado local. O que vai acontecer aos nossos produtores?  Que estão lidando com custos de produção elevados e terras secas, circunstância provocada pelo El Niño.”

Em contato com chineses em Gana na África no ano de 2011, entendi as necessidades da China de 5 milhões de toneladas de arroz. Na época era uma utopia e não consegui eco (ser ouvido), isso se materializou. Hoje, a necessidade da China é 10 milhões de toneladas, se o mundo tiver produção será atingida gradualmente em 2 a 3 anos.

Os EUA sabem! Está perto de fechar acordo sobre protocolo fitossanitário para exportar arroz para a China, hoje maior mercado mundial de grãos. A ausência de normas fitossanitárias entre os países vizinhos (China e Índia) é citada pelos chineses como principal razão para não importarem da Índia. KKKKKKKK! Senhores, jogo pesado é para profissionais.

Em 18 de setembro de  a Agencia de Logística Estado da Indonésia diz que o estoque nacional de arroz estaria perto de esgotar-se e teriam de importar 1,5 de toneladas ainda em setembro.

Três dias depois agentes do governo indonésio declaram não ter necessidade de importação, em vez disso iriam exportar arroz.

No dia 25 de setembro o vice presidente Jusuf Kalla, diz que iriam comprar (importar). E, No dia 28 de setembro foi a vez do presidente Widodo Joko, desmentir dizendo que o país tinha abundância de arroz.

Em 06 de outubro o consultor e CEO de uma importadora Jeremy Zwinger falando sobre perspectivas do mercado de arroz na Universidade de Arkannsas Food and Agribusiness.  Resume a política do arroz, comentando a situação da Indonésia.  “Se vocês acham que é simples, mesmo quando é simples, não é simples, há tanta política neste jogo que nunca é tão simples.” Ainda Zwinger  comenta “O presidente da indonésia está dizendo ter estoques suficientes até dezembro e não vai importar arroz”.

A indonésia hoje é o terceiro produtor mundial e como a china não é mais auto-suficiente, com uma população estimada em 260 milhões de habitante pela média de consumo sua necessidade é de 39 milhões de toneladas, produz 36 milhões. Se a indonésia é auto-suficiente, vou precisar voltar ter aula de matemática e estatística.

Não será surpresa se em janeiro de 2016, aparecer nos relatórios mundiais que a Indonésia realmente em outubro comprou em torno de 2 milhões de toneladas e que estará competindo com a Nigéria o espaço de 2º maior importador mundial.

Alegrete, 18 de outubro de 2015.

Gilberto Pilecco , produtor rual e economista

 

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