Na segunda-feira (4) a estagiária da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Nádia Perazzollo, estudante do Curso de Engenharia Elétrica da Unipampa, participou do VI Salão de Iniciação Científica e Desenvolvimento Tecnológico, promovido pelo IRGA na Estação Experimental da entidade em Cachoeirinha.
Na oportunidade ela apresentou seu trabalho sobre Aproveitamento de Resíduos Orizícolas para Geração de Energia Elétrica.
A casca de arroz é um dos principais subprodutos do beneficiamento do grão – cerca de 22% do peso bruto. As indústrias beneficiadoras têm usado esse resíduo como biomassa na geração de energia elétrica, uma alternativa praticável do ponto de vista tecnológico e viável do ponto de vista econômico, pois existem tecnologias para a sua conversão em energia e o material é abundante na região. Conforme o Banco de Informações de Geração da ANEEL há oito usinas de biomassa da casca de arroz em operação no Rio Grande do Sul, gerando um montante de 38.645 kW, o que representa 0,41% do total da produção energética estadual. Com a geração de energia elétrica através da casca, obtém-se uma redução significativa nos custos finais da agroindústria, devido à redução ou exclusão total da compra de energia elétrica vinda da concessionaria. No entanto, essa economia por parte da indústria não é repassada ao produtor como valor agregado ao grão que é comercializado. Assim, o presente trabalho tem como objetivos a análise do potencial de geração de energia elétrica do Rio Grande do Sul utilizando a casca de arroz como combustível e, também, uma estimativa do repasse desta economia energética por parte da indústria e que deveria ser repassada para os produtores na forma de bonificação. A presente pesquisa usou como referência uma usina termelétrica a partir da biomassa casca de arroz, localizada em Alegrete, município da região Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Levantou-se dados de geração, consumo e exportação de energia referentes ao ano de 2016. Com a utilização de aproximadamente 35,5 mil ton./ano de casca de arroz, foram gerados 22,82 GWh de energia e exportados 8,77 GWh, restando um saldo de 14 GWh que destinado ao consumo da indústria beneficiadora do arroz. Com a geração de 8,77 GWh de energia comercializada ao valor de R$ 251,00 MWh chegou-se a um montante de R$ 2.201.270,00. Como a usina é alto suficiente, deixou de comprar da concessionária 14 GWh/ano e, consequentemente, obteve uma economia muito significativa, sem levar em conta a receita dos incentivos fiscais pago pelo governo federal pela geração de energia renovável. Considerando que a casca é comprada junto com o grão e o produtor é descontado pelo custo do descascamento por parte da indústria, considera-se que o valor economizado pelas usinas deveria ser repassado para o produtor na forma de bônus para compensar o desconto ou através de pagamento real, pela mais valia da tonelada de casca queimada pela usina e que não constitui valor agregado no grão.