leilão de estoque público de arroz é suspenso
Recuo do preço de liberação de estoque leva governo federal a rever estratégia de colocar à venda o grão
Depois da realização de dois leilões de estoques públicos de arroz, em que foram liberadas 100 mil toneladas do produto, o governo decidiu rever a estratégia de colocar à venda o grão. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira pelo secretário de política agrícola, Neri Geller, ao deputado federal Luiz Carlos Heinze, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. O edital para nova oferta estava agendado para sair sexta.
Embora ainda não tivesse sido comunicado do fato, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, Francisco Schardong, afirma que a suspensão atende aos pedidos dos produtores, e “é um bom negócio para o próprio governo”.
– É mais barato conservar o preço do que precisar intervir caso fique abaixo do mínimo (R$ 25,80) – completa Schardong, também presidente da Comissão do Arroz da Farsul.
A lembrança da safra 2010/2011, quando o valor pago pela saca chegou à casa dos R$ 18, ainda assombra os arrozeiros gaúchos.
Quando optou por fazer a oferta dos estoques públicos, no mês passado, o governo tinha como argumento equilibrar os preços, já que a valorização do grão vinha em curva ascendente, com média na casa dos R$ 34. Geller, contudo, já havia deixado claro que a política poderia ser revista conforme resposta do mercado.
– Como houve um recuo abaixo do preço de liberação de estoque (R$ 33,28), decidimos suspender – confirma o secretário Geller.
ZERO HORA