Estado enfrenta barreiras culturais e climáticas para expandir irrigação e garantir segurança agrícola
O governo do Rio Grande do Sul lançou uma iniciativa para expandir a área irrigada no estado, como parte do programa Supera Estiagem.
O objetivo é combater os efeitos das estiagens frequentes. Atualmente, a irrigação abrange somente 4% do total da área cultivada, uma porcentagem que o governo deseja elevar significativamente.
Apesar dos recursos disponíveis, apenas 10% do valor destinado a subsídios para os produtores foi utilizado até o momento.
O programa, em sua segunda etapa, aceita propostas até abril, oferecendo uma subvenção de 20% por produtor, limitada a R$ 100 mil. Até agora, foram submetidos 392 projetos, dos quais 373 foram analisados e 286 aprovados.
Esses projetos poderão adicionar cerca de 7,73 mil hectares de área irrigada, com um investimento subvencionado que pode chegar a R$ 19 milhões.
Clair Kuhn, secretário estadual de Agricultura, destacou a importância da irrigação como um método de seguro agrícola, afirmando: “buscamos tanto o seguro agrícola… a irrigação é o seguro agrícola mais garantido”. Com um orçamento inicial de R$ 213 milhões, o objetivo é aumentar a área irrigada em aproximadamente 100 mil hectares. No momento, apenas 3,2% da área de soja e 15% da área de milho no estado possuem sistemas de irrigação.
A região das Missões/Noroeste liderou em número de propostas, com 34, seguida pelo Planalto Médio, com 27. A maior participação nessas áreas pode ser atribuída ao impacto prolongado da estiagem e à disponibilidade de energia, respectivamente.
Kuhn também mencionou que os desafios climáticos enfrentados pelo estado em 2024 retardaram o progresso do programa. Vilson Covatti, secretário estadual de Desenvolvimento Rural, apontou para uma barreira cultural, observando que muitos produtores ainda hesitam em investir em sistemas de irrigação.