Os produtores brasileiros pagam, em média, 86% mais caro por insumos em virtude da carga tributária e burocracias associadas à importação de máquinas, fertilizantes, defensivos e demais produtos necessários para a produção.
O resultado é uma competitividade reduzida tanto no mercado doméstico quanto nos mercados internacionais.
O levantamento apresentado por Antônio da Luz economista do Sistema Farsul no sábado (16) na sede da Associação dos Arrozeiros, revelou disparidades entre os custos de produção agrícola no Brasil e em outros países do Mercosul.
O custo de se produzir grãos no Brasil chega a ser em média 79% mais caro que o custo argentino e 32% mais oneroso que o custo uruguaio. O peso dos impostos, somado à queda nos preços das commodities, vêm causando redução no lucro do produtor. As dificuldades de adquirir insumos do exterior agrava ainda mais a situação que já causa o aumento do desinteresse do produtor pelo trigo.
Segundo Antônio da Luz, a competitividade do produtor brasileiro é prejudicada pelas dificuldades impostas na importação. Enquanto argentinos e uruguaios podem adquirir insumos a preço de mercado internacional, no Brasil, a compra de máquinas e equipamentos e outros produtos sofre uma série de restrições para proteger a indústria brasileira. As requisições de inspeções e liberações de departamentos técnicos, além da incidência de taxas, impostos de importação, PIS/Cofins, ICMS, são mecanismos que fecham o País para a livre concorrência. Antônio da Luz esclarece que uma das soluções seria remover os entraves burocráticos para que os produtores brasileiros consigam diminuir os seus custos de produção ao acessar produtos nos mercados que tiverem as melhores ofertas.