Empresa sediada no Brasil vence concorrência de 30 mil t para o Oriente Médio
O Brasil venceu licitação para enviar ao Iraque 30 mil toneladas de arroz (em base casca). O cereal, a ser entregue beneficiado (branco) e em granel, será embarcado ainda em novembro rumo ao Oriente Médio, um dos mais cobiçados destinos do comércio mundial por causa da boa remuneração. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pela autoridade de abastecimento iraquiana.
Henrique Osório Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), considera importante a posição firmada pelos agentes comerciais brasileiros frente à concorrência pelo abastecimento do Oriente Médio. “É um mercado que buscávamos há pelo menos um ano e com profissionalismo e persistência foi possível tornar esta venda em realidade”, afirma.
O cereal a ser embarcado é das chamadas “variedades nobres”, entre as quais se destacam a BR Irga 409, a Irga 417 e a Puitá, além de uma cultivar híbrida. “Este contrato desmistifica o conceito de que arroz híbrido não serve para a exportação”, frisa Dornelles.
O Brasil só venceu a licitação porque, excepcionalmente, o edital buscava arroz beneficiado em granel. Os países do Oriente Médio pagam bem, mas geralmente compram arroz ensacado. Neste caso, o Brasil não é competitivo pelo custo de ensacamento. “Se o projeto que vem sendo discutido com a cadeia produtiva para instalar um Chip Loader e modernizar a estrutura do Porto de Rio Grande fosse tornado realidade, teríamos condições de concorrer com os maiores players em condições iguais ou melhores, e alcançar uma faixa superior de preços”, revela Henrique Osório Dornelles.
Para o líder arrozeiro, a valorização do dólar mais uma vez mascarou os problemas de competitividade dos produtos brasileiros. “Os fatores de restrição competitiva do arroz para o comércio mundial precisam ser enfrentados pelos governos federal e estadual para que não nos tornemos dependentes da volatilidade do câmbio”, acrescenta Dornelles. Com base no cenário conjuntural, a expectativa do setor é de que já a partir de novembro as exportações brasileiras avancem novamente ao patamar médio superior a 100 mil toneladas (base casca) exportadas por mês. “E daqui pra frente o mercado tende a manter-se nestes patamares”, assegura o presidente da Federarroz.