Há demanda por arroz gaúcho, mas prioridade no Porto são os embarques de soja.
A cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul está pagando caro pela falta de estrutura logística e de transporte para a exportação do cereal neste início do ano comercial 2014/15, que vai de 1º de março de 2014 até 28 de fevereiro de 2015. Segundo dirigentes de empresas exportadoras e agentes de mercado ouvidos nesta quinta-feira por Planeta Arroz, apesar de forte demanda pelo cereal em casca por tradicionais países importadores, o Brasil não está conseguindo exportar por falta de infraestrutura. Não há disponibilidade de datas ou espaço nos terminais do Porto de Rio Grande para o grão, pois a prioridade é o atendimento dos embarques e armazenagem da soja.
O único terminal apto a exportar arroz e destinado para este fim é o da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), uma autarquia do Governo do Rio Grande do Sul. Contudo, a estrutura só pode ser usada para armazenagem e embarque de arroz beneficiado e no seu ponto de carregamento, o canal não tem profundidade para navios de grande calado. E a própria estrutura de carregamento está defasada, além da capacidade de estocagem ser considerada muito pequena. O diretor de uma das principais empresas exportadoras do cereal afirma que essa incapacidade logística afeta não apenas os resultados das exportações, mas a credibilidade dos negócios de arroz do Brasil. “Não conseguimos fidelizar um cliente pois há oscilações no câmbio, nos preços internos, na capacidade de embarque, no preço do frete até o porto, nos prazos de carregamento de um navio e uma gama de problemas que aumentam os custos, fogem completamente ao controle e nos retiram do mercado”, queixa-se.
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